Resenha: The Emperor’s Soul, Brandon Sanderson

Título: The Emperor’s Soul

Autor: Brandon Sanderson

Publicação: outubro de 2012

Número de Páginas: 104 páginas

Editora: Dragonsteel Entertainment

ISBN: 9781938570025

The Emperor’s Soul é mais uma amostra do talento de Brandon Sanderson. Não é atoa que a obra rendeu ao autor o merecido Hugo Awards deste ano na categoria melhor novela. Para um obra de tamanho menor, Sanderson conseguiu criar uma excelente estória ricamente desenvolvida nos mesmos moldes de um romance, com início, desenvolvimento e fim bem definidos e sem nenhum atropelo de acontecimentos como é comum em um estória mais curta.

A trama se passa em uma região do mundo Sel, o mesmo mundo onde se passa Elantris. A protagonista da estória é Shai, uma ladra e Forger, que vê a oportunidade de construir a maior obra da sua vida ao receber uma interessante proposta dos Árbitros do Império: reconstruir a alma do imperador. O problema é que para isso, Shai terá que usar Forgery, um talento proibido pelas leis do império, pois é considerado uma abominação.

O cumprimento da missão não é uma tarefa fácil e Shai ainda tem que lutar pela sua liberdade, pois pressente o perigo de perder sua vida mesmo com o cumprimento do acordo. Além disso, Shai começa a perceber algumas tentativas de uma dos Árbitros ao mesmo tempo em que começa a sentir certa compaixão pelo imperador ao descobrir alguns fatos de sua vida pessoal.

Quanto ao sistema de mágica, a trama conta com uma técnica chamada Bloodseal, no qual, como o nome indica, é necessário sangue. Não é o sistema de mágica principal do livro, mas vale a menção por lembrar muito a forma como a bruxaria é vista em obras de fantasia. O autor também não dispensou grandes explicações quanto ao Bloodseal, mas é possível saber para o que serve na leitura do livro.

Forgery é o principal sistema de mágicas e de acordo com o autor é a técnica de reescrever o passado a fim de mudar a sua condição atual. A criação desse sistema é explicada por Brandon no posfácio da novela, onde ele diz que a ideia surgiu durante a sua viagem a Taiwan, enquanto visitava um museu que apresentava uma técnica chinesa de esculpir pedras e usá-las como carimbo para diversas finalidades, em especial na assinatura de documentos.

Através de Shai, temos algumas explicações de como Forgery funciona, mas não esperem muito aprofundamento. A proposta do Brandon ficou na explicação básica tendo em vista o que Shai estava durante a sua tarefa de ajudar o imperador.

Eu gostei muito desse sistema de mágica, principalmente porque o Brandon deixou algumas coisas subentendidas. Pareceu-me que há algo entre esculpir e carimbar a essência no objeto e promover a mudança toda. Pareceu-me envolver mais do que apenas o artifício citado pelo autor no texto. Espero que tenhamos mais sobre Forgery em outras obras do autor. Quem sabe nas continuações de Elantris?

O desfecho da novela é muito bom. Houve uma boa dose de cenas de sensibilidade e delicadeza, e uma excelente cena de ação. Eu achei que o final ficou em aberto. Quero dizer, há uma finalização nas ações das personagens, mas parece que o Brandon escreveu o final como se ele pudesse se encaixar no começo de outra trama. Enfim, não vou especular e nem criar esperanças (mentira, vou sim!).

Por fim, deixo a minha recomendação. The Emperor’s Soul apresenta uma bela crítica social e política, uma ótima referência à cultura asiática e oriental e um grande sistema de mágica. Acima de tudo, apresenta a essência da alma humana como nunca vi em outra obra. Leiam.

Excerto: http://www.tor.com/stories/2012/10/the-emperors-soul-excerpt.

Sobre a arte chinesa de esculpir carimbos, acesse o link abaixo:

http://www.alexandrebento.com.br/wushu/index.php/cultura-chinesa/91-a-arte-chinesa-de-esculpir-carimbos-.

.:.Abraços e até a próxima.:.