Título: The Hundred Thousand Kingdoms
Autora: N. K. Jemisin
Publicação: 2010
Número de páginas: 427 páginas
Editora: Orbit
ISBN: 9780316075978
The Inheritance Trilogy é uma série de fantasia escrita pela autora americana N. K. Jemisin, considerada uma das melhores autoras da nova geração de escritores de fantasia e diversas vezes indicada aos principais prêmios de fantasia e ficção científica.
Há muito tempo que eu queria ler as obras da Jemisin e resolvi começar pelo calhamaço que reúne o primeiro trabalho dela, a trilogia The Inheritance, que não deve ser confundida com a série The Inheritance Cycle do Christopher Paolini. A minha escolha de formato foi o eletrônico em epub para o Kobo, mas o livro está disponível também em mobi, para quem tem o Kindle, além da edição física em brochura.
O livro é composto pelos três volumes publicados entre os anos de 2010 e 2011: The Hundred Thousand Kingdoms, The Broken Kingdoms e The Kingdom of Gods; e traz ainda a novela The Awakened Kingdom.
Eu fui escrevendo esta resenha durante a leitura de cada obra. Como percebi que não conseguiria condensar tudo que li em uma única resenha, resolvi publicar a resenha de cada livro. Realmente é impossível deixar a minha opinião sobre essa trilogia em um único artigo. Você leitor que acha que representatividade, diversidade entre outros assuntos sociais na literatura fantástica é bobagem, filhotinho, devo dizer, não é mesmo! Mas não fique triste, junte-se a mim nesse passeio pelos cem mil reinos e descubra o que acontece quando as pessoas se acham no direito de subjugar as outras.
A escritora norte-americana N. K. Jemisin tem sido destaque no círculo literário não somente pela boa escrita, mas também pelo fato de ser uma das poucas mulheres a ganhar espaço e por apresentar uma nova voz literária em seu trabalho, graças ao fato de se inspirar em outras culturas de uma forma bem mais aprofundada e deixar o eurocentrismo um pouco de lado em seus trabalhos. O fato de ser afro-americana ajuda a enriquecer mais ainda o conteúdo do seu trabalho, pelo menos do que eu li nesta trilogia e espero ver nos demais trabalhos escritos por ela.
Em The Hundred Thousand Kingdoms, o primeiro livro da trilogia, a protagonista e narradora da história Yeine Darr, uma jovem líder de seu povo, os Darre, é chamada a Sky, local onde governa o seu avô materno Dekarta Arameri. Para saber o que aconteceu com sua mãe e disposta a se vingar, Yeine vai até o soberano e se surpreende ao ser nomeada uma das herdeiras de Dekarta junto com os seus primos, Scimina e Relad.
A briga pela sucessão se torna uma ótima maneira da autora apresenta aos seus leitores, questões relacionadas à subjugação e a opressão de culturas, em especial quando relacionadas ao fato de um povo ser considerado bárbaro e aculturado em relação ao povo considerado dominante. E a dominação é bem aquela parecida com o que o povo europeu fez com África, parte da Ásia e com a América.
A obra é fortemente inspirada na cultura Hindu, de acordo com a própria autora, mas também tem inspirações na cultura grega, egípcia, daomeana e nativa americana.
As intrigas e conspirações, elementos tão presentes nos livros de fantasia, acabam sendo um elemento-chave da trama, porém, apresentadas de forma bem diferente e dentro da cultura Arameri.
O livro me surpreendeu muito, em especial pela relação entre os humanos (acho que são humanos) e deuses, além do cenário, que é fantástico. A escrita da Jemisin é ótima, apesar de, em alguns trechos, parecer um pouco juvenil. O desfecho é ótimo e está dentro de toda aquela reconstrução feita pela autora dos clichés da fantasia. Em suma, é um excelente livro, onde a N. K. mostra que é possível usar os elementos da fantasia, reconstruí-los, criando algo novo, mas dentro dos velhos conceitos. Algo já feito por outros autores, mas a N. K. tem uma técnica diferenciada e inseriu um ponto de vista sobre os preconceitos sociais com mais realismo (possivelmente inspirados na experiência pessoal da própria N. K.).
Livro recomendadíssimo.
.:.Até mais, gente!.:.
Olá Cassy.
Li esse livro há pouquíssimo tempo e também me surpreendi com a autora. Apesar de ter alguns clichés, adorei o estilo do livro. O que mais me agradou foi justamente a relação entre os personagens. Já comecei a ler o “The Broken Kingdoms” e estou gostando bastante também. Com certeza vou ler os outros livros da autora fora dessa trilogia.
Abraços, ótimo blog!
Oi, Thiago! Com tanta coisa já lançada é difícil para um autor se livrar totalmente dos clichés. Eu encarei mais como elementos fantásticos mesmo. Acho que até nós leitores já abrimos um livro de Fantasia ou mesmo Ficção Científica esperando que o autor insira algo que já vimos em outras obras. A questão é como o autor trabalha isso e eu gostei muito de como a N. K. trabalhou com todos esses elementos. Quando vc terminar TBK me conta o que achou, beleza? Abs e volte sempre!