Resenha: Babel-17, de Samuel R. Delany

Título: Babel-17

Autor: Samuel R. Delany

Publicação: 1966

Número de páginas: 212 páginas

Editora: Orion

ISBN: 9780575101838

Vocês conhecem a tese Hipótese de Sapir-Whorf? Ou melhor, vocês sabem o que é Relativismo Linguístico? Em um país cujo presidente foi eleito através das chamadas fake news, não é muito difícil imaginar o que seja. A imprensa também tem o seu grau de responsabilidade em tal processo,bem como a população que prefere acreditar em  tais notícias, elegendo novos mitos, ou idolatrando mitos do passado.

O Relativismo Linguístico é, a grosso modo, uma relação entre a percepção e a linguagem com efeitos na cultura de um povo. Mas o que isso tem a ver com um livro de ficção científica publicado em 1966? O escritor Samuel R. Delany se inspirou na ideia desenvolvida na tese do Relativismo Linguístico para criar, em seu romance, a sua própria forma de relação entre percepção e linguagem capaz não somente de mudar a cultura de um povo,  mas ser uma poderosa arma de destruição.

Vale a pena vocês pesquisarem mais sobre o assunto. E não pensar em um viés político, independente de ideologia política de cada um que visita este blog, tendo em vista a própria visão do autor sobre o assunto, é bem difícil, pois não é novidade que os escritores de ficção especulativa se valem de questões políticas em suas histórias, apesar do objetivo maior de um autor de ficção pareça ser entreter o seu leitor.

No livro, Rydra Wong é chamada para decifrar o que até então se tinha como um código, conhecido como Babel-17, e acaba descobrindo que se trata de algo muito mais elaborado e complexo do que uma codificação. Em meio a uma guerra, é mostrado a finalidade e propósito de Babel-17, as consequências e a forma de acionar tal estrutura linguística, por assim dizer.

A narrativa é desenvolvida de forma a fazer com que o leitor descubra junto com os personagens o que está acontecendo. Embora pareça bem confuso no começo do livro, os eventos narrados acabam se encaixando e a história ganha mais sentido a cada página, até que o leitor, assim como os personagens, saiba o que está se passando.

Apesar de estar longe de fazer parte dos meus livros favoritos do ano, o livro me agradou bastante. Fazia tempo que eu queria ler mais livros de ficção científica e, também, conhecer o trabalho do Samuel R. Delany. Fica a minha recomendação desta obra que, embora publicada em meados dos anos 1960, mostra-se bastante atual.

.:.Até mais, gente!.:.

Sobre Cassy Teodoro

Constant Reader. SJW. Green Ajah.
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2 respostas para Resenha: Babel-17, de Samuel R. Delany

  1. Cami disse:

    Obrigada pelo texto. acabei de ler Babel e fiquei transtornada em saber que é de 1966!
    Achei um universo muito interessante, mas ainda estou tentando entender pq não achei o livro tão incrível…
    Vou procurar mais sobre relativismo linguístico 😉

    • Cassy Teodoro disse:

      Oi, Cami! Desculpa a demora em responder. Bem, o livro me agradou muito, mas realmente não faz parte dos meus favoritos. Gostei de conhecer o trabalho do autor, porém a narrativa parece querer te levar a uma lugar que nunca chega. Sobre o relativismo linguístico, o que você encontrou? Achei um recurso muito bom, ainda mais por colocar expressões em alemão, idioma que eu gosto bastante. Obrigada pelo seu comentário. Abs!

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