Título: Filhos de Duna
Título original: Children of Dune
Autor: Frank Herbert
Número de páginas: 432 páginas
Publicação: abril de 1976
Editora: Aleph
ISBN: 9788576571650
Seguindo a série Crônicas de Duna, chegamos ao livro de número três da saga. O plano inicial de leitura da série, depois de eu ficar maravilhada com o primeiro implemento, o livro Duna, e gostar muito do segundo, o livro Messias de Duna, é ler toda a série escrita pelo Frank e, a partir daí, ver se eu leria ou não os demais livros escritos pelo Brian e o Kevin. Porém, esse terceiro livro me deixou em sérias dúvidas se eu continuo a saga e continuo com as memórias agradáveis do dois primeiros livros. Enfim, o tempo dirá.
Não tem como não reconhecer o nome do Frank Herbert na Ficção Científica, Duna é um dos melhores livros que já li. Aliás, é o meu livro preferido de todos os que já li. Messias de Duna, embora bem mais fraco, consegue ser um livro espetacular. A questão que me vem à mente lembrando dos meus sentimentos ao ler ambas as obras é: será que acho os livros bons pela escrita fantástica do autor, as questões levantadas em relação ao planeta Arrakis e toda a problematização climática e mercadológica, ou por causa de toda essa lore aliada à história do próprio protagonista. Para alguns a questão pode ser óbvia, mas ao ler Filhos de Duna e verificar que o autor, embora se distancie um pouco das tramas iniciais da visão crítica, percebe-se que elas ainda estão lá, mas falta algo: o carisma de um protagonista bem apresentado e que cause empatia.
Empatia realmente é a palavra que procurei para descrever o que eu sentia pelos principais personagens desse livro. O problema é que não senti nenhuma. Nenhuminha sequer. Se o autor decidisse em um ímpeto georgerrmartiano matar qualquer personagem ali, eu ficaria satisfeita, porque não me importava com ninguém ali. De qualquer forma, não reconhecer o esforço do Frank em dar um tempo em certo personagem e buscar avançar a história seria bem leviano da minha parte, principalmente porque a todo momento o tal personagem está lá. Acontece que isso, essa presença da tal figura, levanta uma série de esperanças que no fim acabam satisfeitas, mas não são satisfatórias, tendo em vista todo o desenrolar da história. Tenta ser um plot que o leitor já pega desde o começo e não surpreende em nada.
Outro ponto que não gostei foi o que o autor decidiu fazer com a personagem Alia. Apesar de um embate psicológico bem escrito com a mãe e os sobrinhos, além do marido, acabou uma personagem forçada e parecendo vilã dos filmes B. Uma pena, pois mostrava grande potencial nas páginas iniciais e acabou parecendo tudo aquilo que os autores fazem com personagens femininas de personalidade forte: transformá-la em uma pessoa louca, sem qualquer zelo por sua intimidade, ser exposta e execrada.
O livro tem bons momentos sem dúvida. As mudanças pelas quais o planeta está passando, climaticamente falando, deixam uma vontade de ler os demais livros para saber se serão abordadas e o que trará para os negócios de todo o universo. Bem como saber os destinos do verme. O arco do Leto II também é algo que me deixou com vontade de continuar a saga. O arco da Jessica também é outra trama interessante. Porém, algumas situações nesses arcos citados parecem mais repetição do que já vimos com o Paul, mas, para mim, valeu bons momentos de leitura.
De qualquer modo, fica a minha recomendação ao dois primeiros livros que vale muito a pena o seu tempo de leitura.
.:.Até mais, gente!.:.