Resenha: A história do ladrão de corpos, de Anne Rice

TToTBT capaTítulo: The Tale of the Body Thief

Autora: Anne Rice

Publicação: 1992

Número de páginas: 435 páginas

Editora: Ballantine Books

ISBN: 9780345384751

Quarto livro das Crônicas Vampirescas, The Tale of Body Thief foi publicado no Brasil pela editora Rocco, sob o título A História do Ladrão de Corpos.

Na obra o vampiro, Lestat entra em depressão após os eventos do livro anterior e tentar dar fim ao seu sofrimento. Ao ver que a sua tentativa não deu certo, ele busca ajuda de David Talbot, da instituição Talamasca, e David o ajuda a se recuperar. Entretanto, o vampiro só se anima ao receber uma interessante oferta proposta por Raglan James, que alega ter a habilidade uma certa habilidade. Lestat aceita a proposta, mas Raglan não cumpre a sua parte no acordo e, após ser rejeitado pelos outros vampiros, Lestat busca novamente a ajuda de David para encontrar o conhecido ladrão de corpos.

O plano da rainha Akasha mostrou o lado mais sombrio dos vampiros e o quanto eles são de fato criaturas de capacidade sobrenatural e como ainda estão longe de poderem viver de fato entre os seres humanos. Não seria de se estranhar que os vampiros envolvidos na caça à Akasha saíssem abalados. E quem mais sentiu tanto com a destruição promovida pela rainha dos condenados, quanto pelo que ele mesmo foi capaz de fazer, foi o vampiro Lestat.

Todo esse momento depressivo do vampiro lembrou os momentos anteriores à sua transformação e contados no segundo livro da série. Voltar a viver, ou melhor, reviver todo o processo depressivo criou no vampiro uma espécie de negação à sua natureza e o levou a cometer o ato extremo. É interessante ver como a Anne Rice consegue passar muito bem cada momento desse, fica até uma leitura difícil de se ler, embora eu adore cada parte. Não são trechos prazerosos e entendo perfeitamente os leitores que criticam essa parte do livro. Não é para divertimento, é para questionamento mesmo. A Anne Rice deixa isso bem claro.

Todos os fatos narrados no livro, sejam com uma narrativa mais dramática ou não, servem de fundo para a autora colocar questões, sejam de ordem humanista ou mesmo religiosas. Para quem chegou até aqui na série e não é novidade, e gostem ou não, a Anne sabe como colocar tais questões.

Diferente de alguns leitores, não acho que a autora queira doutrinar ou mesmo obrigar o leitor a acreditar no seu ponto de vista, mesmo porque o questionamento se encaixa muito bem ao contexto da história, mas entendo quem pense assim, porque a autora é bem insistente nesse tipo de abordagem.

Quanto à história em si, há momento mais leves também, até mais humorados e que ajudam a dar uma aliviada em toda a parte do autoconhecimento. Gostei bastante da interação do Lestat e do David e adorei o que acontece com ambos no fim do livro, embora parte do final não seja tão surpreendente para quem já está acostumado com a personalidade do Lestat.

O interessante fica mesmo, além dos questionamentos, na parte física do vampiro Lestat se redescobrindo em sua nova natureza, depois séculos como vampiro. São momentos bem interessantes e que colocam nós, os seres humanos, como seres fisicamente frágeis, mas não fracos, a não ser quando de fato queremos ser.

Não acho que a Anne Rice tenha enrolado o leitor, é mais uma crônica dentro da série, é mais uma história contada pelo principal narrador da série e depende dos eventos dos livros anteriores para um melhor entendimento, assim como os seus fatos serão importantes para se entender os demais livros, em especial o livro seguinte Memnoch, the Devil.

A única coisa que achei estranha, mas isso pode ser justificado pelo momento vivido pelo personagem, foi como o Lestat foi tão facilmente enganado. Nos livros anteriores, tirando o fascínio que lhe foi causado pela rainha Akasha, ele se mostra tão esperto e sempre à frente do pensamento dos outros personagens, inclusive dos vampiros mais antigos, que é difícil crer que ele tenha caído de fato em um golpe sem que ele tenha tido vontade de ser enganado. Bem, pode ser que eu considere o Lestat um personagem fascinante demais para ter uma fraqueza, mas achei estranho, embora não tenha estragado o meu prazer em ler o livro.

Por fim, além da minha recomendação da leitura da série, sugiro que não leiam a série fora de ordem. No mais, espero que vocês gostem ou estejam gostando da série.

.:.Abraços e até a próxima.:.

Sobre Cassy Teodoro

Constant Reader. SJW. Green Ajah.
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2 respostas para Resenha: A história do ladrão de corpos, de Anne Rice

  1. Ois Cassy,

    Tenho mesmo que apostar nesta escritora, começo claramente a não ter desculpas, a ver se arranjo ao menos em e-book 😉

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